Teus olhos

 rivkahcohen/AntónioSanches/Shir/LêdaMello/HêloAbreu/

ManuelSousa/InêsMarucci/TT /Yareach

 


Teus olhos

rivkahcohen

Em vão

meus pensamentos


buscam teus olhos..

Aqueles olhos que vi no Porto

antes d'eu partir!

 

Era um olhar

pedindo que eu ficasse..


Justo quando eu já partia!


Andei

por Coimbra, Sintra,

vi tantas coisas lindas..


mas nada igual àquele olhar!


Um olhar

de quem me conhecia


e o pior é que eu também sentia!

Do navio

meus olhos fitavam os teus

e o teu olhar ainda pedia..



Devia ouvir os desejos meus!


Vejo que ali perdi a guia..

...*...

MENSAGEM

Antonio Sanches

Quando o olhar

fala mais do que a boca

nem a distancia do navegar

consegue apagar a lembrança

nem  a escuridão do tempo

afasta a mensagem percebida

O mar que separa

também volta a juntar

mas às vezes

já não há o mesmo olhar

...*...

Olhar que não vejo mais

Shir



Aquele olhar que iluminou-me a vida,

deu-me alegrias que eu já nem sentia,

palavras não ditas nele ouvia,

vibrando de tanta emoção...

Entreguei-me a este olhar,

dei-me inteira sem pensar

no que poderia acontecer um dia.

Dei-lhe a alma, o coração,

dei-lhe o corpo, dei-lhe a mão,

dei-lhe todo amor que eu possuia...

Hoje, hoje não o vejo mais.

Hoje meus olhos já não brilham,

em meus lábios não há mais sorriso,

meu ser vazio sente tanto frio,

vaga no tempo sem ter mais seu cais...



Hazorea, 02/01/2006

...*...

AQUELE OLHAR
Lêda Mello

Desde o instante em que me fitaram
Cristais brilhantes, deflagrando luz,
Aqueles olhos os meus penetraram
Tal qual uma chama que queima e seduz.

Qual borboleta no beijo da flor
Perdida em sonhos, vaguei nesse olhar.
Toque de almas, promessas de amor,
Fugaz instante, não posso olvidar

Um par de olhos a busca dos meus
Entristecidos, na hora do adeus.
Tempo passou, não esqueci jamais

Aquele olhar que trago na lembrança
Doce sentir que em meu peito descansa
Ainda que ausente, não o veja mais.

Arapiraca (AL), 02.01.2006
...*...


No cais um ultimo olhar
saudades, dor solidão..
O vento levou- me os pensamentos..
não que os quissesse roubar,
mas porque assim ninguém o pára,
ninguém mais ouvirá
o que nos dissemos um dia
triste dia de partida
Mas bem cá dentro sabia
que para ti eu voltaria...
Retornei a ti Lisboa
No volta admiração
estás mais bela princesa
e eu mais feliz ainda
nova vida
um grande amor....
Renovamos...
Agora é para sempre
Sempre estivestes em mim
E sempre em mim estarás

Pois

Tu Princesa és meu cais.....

Helô Abreu



"Olhos Vagos"


Olhos meus

Às vezes teus

Que pertencem

Apesar de tudo

Nem a mim nem a ti

Senão ao tempo

A um momento

Perfeito em coincidências

Navegantes em meu rosto

Cruzadores de paisagens

De horizontes e mistérios

Sugadores de luz e ânsias

Virtuais profetas

Adivinhadores de pressupostos

Insuflados pelas paixões

Inchados de ilusões

Aventureiros inveterados

Cegos pela fartura de visões

Ofuscados de tantos desejos

Vãos de sentidos

Perdidos na imensidão da Luz

Vagabundos quando em sonhos

Observadores às vezes

Visualizadores do vasto Interior

Luzidios em noites de luar

Vampiros de desejos

Reflexos nas águas calmas

Espelhados no oculto escravizante

Escondidos pelo pano da cortina

Velados por detrás da máscara 

Dessa neblina mística quiçá intencional

Que teima em nos separar de realidades diversas

Tanto daquela de nossa permanente origem

Como desta de nossa aparente existência

Afinal e quiçá de todo...

Não passando duma quimérica ilusão

A qual insistimos em manter como crença!...


Mesmo com "olhos" na cara, e mesmo com eles abertos, continuamos a insistir em manter a cegueira, principalmente quando isso nos convém ou nos interessa.

Um dos aspectos que mais negligenciamos, é a conservação do meio ambiente e da conservação da natureza, assistindo à respectiva depauperação de ambas, sem um único grito de revolta ou um gesto mínimo de tentar para esse processo de arruinamento consecutivo e consequente da Vida na Terra...


Há que uns e outros, chamar-mos a atenção, de forma constante e sem descanso, para aqueles que são pagos por nós todos, para policiarem, fiscalizarem e impedirem (Políticos, Forças Militarizadas e da Ordem, Função Pública em geral, etc, etc, que ao fim e ao cabo, só vem a enriquecer e a engordar, de forma alheia, despreocupada e confortável, à nossa custa e a expensas do erário e da taxação públicas, etc...)  de forma musculada e legal, a destruição galopante e assustadora da Vida em todas as suas vertentes, sobretudo na vegetal e na animal, que estão começando a trazer consequências devastadoras e incalculáveis em várias partes do Planeta, provocando secas e/ou outros fenómenos de âmbito natural, pouco habituais e cada vez são também, mais destrutivos e ameaçadores para o Homem em todo o Planeta.


Apelando aos Olhos da Consciência Humana e ao "Olho-Que-Tudo-Vê" do Supremo Arquitecto Criador, que se nos juntem na sensibilidade sentida e connosco, façam com que os que destroiem inconsequentemente e dos que o permitem, de forma passiva e impune, passem a "ver" a importância que a conservação do meio ambiente da preservação da fauna e da flora selvagens têm para garantir a continuidade da Vida Humana e em geral, no Planeta Terra, que ao ritmo de leva em degração ambiental-natural, acabará num futuro muito breve, por ser um Planeta como Marte, seco, estéril, amorfo e insuportável ao desenvolvimento de qualquer estrutura  ou forma de Vida que seja!  


Escrito em Luanda, Angola, por manuel de sousa, a 5 de Janeiro de 2005...



Os olhos do meu amor

Inês Marucci


Os meus olhos nos teus olhos

de cais alongado e desabitado...

refletem barcos teus espelhos,

distorcidos, que vem voltando...

tantas e santas promessas

nadaram em teus mares

de fantasias e esperanças,

rodeando nossos olhares!


Além dos teus olhos de remanso,

castelos loucos desmoronaram

nos oceanos sem consenso

e meus risos borbulharam,

audaciosos e ao compasso

de chibatadas que vieram...

em tantos naufrágios reconheço

pedaços senis que feneceram!


Teus olhos de sementes,

o meu olhar deflorando,

recriaram o novo mundo,

a partir de temporais valentes,

mataram cada medo reprimido,

dando adeus às noites tristes

e amor ao atalho abandonado,

a florescer bem mais que antes!


Teus olhos marejados de adeus,

diversos cais te viram partir

e dar mistério aos olhos meus...

caminhos brandos fez parir

este teu olhar feito por Deus,

perfumou eras do meu porvir

e enluarou meus olhos ateus

n'um brilho a não mais sair!


Santos-SP-05/01/2006

...*...



Um Sentido Olhar!
Maria Thereza Neves

um sentido com alma olhar
contemplando a fragilidade da vida
o silêncio na beleza dos astros
os sentimentos e momentos
alagados ou nostálgicos
afagando tons presentes
ou lembranças ausentes ...

um olhar que divague em nuvens
no vôo das aves , a liberdade espalhe
na plácida quietude, aplaque inquietudes
com gestos  brandos acorde estrelas
ultrapassando o peso solitário das pedras ...

um olhar que percorra desertos, mundos
passo a passo sem perder pedaços
no descompasso descampado tempo
vivendo ,revivendo as fontes do vento .

um olhar onde as ondas resmungam
 desaguando emoções em acordes
esperando descansar nos varais da mente
nos braços do luar
viajando nas brisas soltas ao mar
sem nada importar no perdido olhar ...
...*...

Nossos Olhos

Iracema Zanetti

 

Um clarão uma explosão!

Não senti mais meus pés pisando o chão!

Você chegou e alvoroçou meu coração!  

Meus olhos procuraram os seus...

Que já estavam perdidos nos meus!

 

Foi tanto, o amor que encontraram...

Que as mãos logo se tocaram...

Os braços se abraçaram... 

E as bocas se beijaram!

 

Mas os olhos...

Ah... Os olhos...

Os olhos nunca mais se desviaram!

 

Até hoje sãos os olhos que abertos ou fechados...

Ainda vêem o clarão... A explosão...

 

E os pés? Ah... Os pés...

Os pés não encontraram mais o chão!