RevisTTa

(MOMENTOS ETERNOS)

 Nabuco de Verdi

Edição TTNeves - Arte Rivkah

Letra do Va, pensiero...
Ópera "Nabuco" (1842)
PARTE TERZA (Cena IV)
Le sponde dell'Eufrate (Na margem do Eufrates)
Ebrei incatenati e costretti al lavoro. (Hebreus agrilhoados constrangidos ao trabalho)

EBREI:
Va', pensiero, sull'ale dorate;
va', ti posa sui clivi, sui colli,
ove olezzano tepide e molli
l'aure dolci del suolo natal!
Del Giordano le rive saluta,
di Sïonne le torri atterrate...
Oh mia patria sì bella e perduta!
Oh membranza sì cara e fatal!
Arpa d'or dei fatidici vati,
perché muta dal salice pendi?
Le memorie nel petto raccendi,
ci favella del tempo che fu!
O simìle di Sòlima ai fati
traggi un suono di crudo lamento,
o t'ispiri il Signore un concento
che ne infonda al patire virtù! 
 
 Hebreus:
(Vai, pensamento, em asas douradas,
vai, pousa sobre as colinas e montes
onde sopram as doces brisas,
a quente e leve fragrância da nossa terra tal
Do Jordão, das saúdas margens
e das desoladas torres de Sião
Oh pátria minha tão bela e perdida
Oh lembrança tão querida e fatal
Harpas de ouro dos fatídicos lamentos
porque pendem mudas nos salgueiros?
A memória no peito revive
a qual fala de um tempo que se foi
Cada um como Sodoma nos fados
lança um som de profundo lamento,
que o Senhor te inspire uma canção
que insufle coragem no padecer)

POETAS
Marcos Valério Mannarino Loures /Myriam Peres/rivkahcohen/Nathan de Castro/Caio Lucas/Lara Cardoso/Alceu Sebastião Costa/josemir tadeu
/Eugénio de Sá/Sandra Ravanini/Angela Lara/Gilson Matos/Hermes José Novakoski/Maria Eugenia./Tony Guedes/Pedro Valdoy/Maria Thereza Neves
 
 
Entardecer
Marcos Valério Mannarino Loures
 
Percebo nos teus olhos, tanto frio;
Certezas, já não tenho, nem as sei.
Amores são segredos, vou vazio,
Lembranças desse tempo em que fui rei.

Agora, que não temo mais, vadio.
Confesso que não penso e nem pensei,
Em meio a temporais, inunda o rio,
Por onde tantas vezes naufraguei...

Não quero nem sentir meu pensamento,
A verdade doída me maltrata,
Velhice vai chegando, meu tormento,

Nem posso reclamar da vida, ingrata,
Nem posso maldizer, um só momento.
Prazer que não reluz, hoje me mata…

 
NABUCO

Nabucco é uma ópera em quatro atos de Giuseppe Verdi, com libreto de Temistocle Solera, escrita em 1842. A ação da ópera conta a história do rei Nabucodonosor da Babilônia. Foi escrita durante a época da ocupação austríaca no norte da Itália e, por meio da várias analogias, suscitou o sentimento nacionalista italiano. O Coro dos Escravos Hebreus, no terceiro ato da ópera (Va, pensiero, sull'ali dorate, "Vai, pensamento, sobre asas douradas") tornou-se uma música-símbolo do nacionalismo italiano da época.
 
Meu outono
Myriam Peres
 

 
Meu outono pinga doendo
As folhas secas sofrendo
No chão dos meus desenganos
Folhas da vida no abandono
Caem caladas os seus enganos...

Rolando juntam seus trapos
Retiradas dos meus farrapos
Pingam dores, lágrimas sentidas
Em calafrios caem, desfalecem
Tantas dores se entristecem...

As folhas amareladas nem parecem
Aquelas lindas viçosas, esverdeadas
Que eram símbolo de vida latente
Agora caídas ao meu solo dormente
São figurinos descorados, doentes...

O vento varrendo amarelos desenganos
Das folhas tristes no abandono
São calafrios de seivas esparsas
Ecoam a voz das despedidas
Largadas no chão despidas...

E ao pisar o chão desta estrada
Já cansada das minhas passadas
Surgem rugas nas minhas mãos
São o branco do meu inverno
No meu colo e no meu coração...


Minhas folhas de outono coitadas
Entrançadas nos meus cabelos
Querem somente me segurar
Para delas não me apartar
Querem comigo continuar a ficar...

Sinopse
Primeiro Ato: "Jerusalém"

Os judeus oram diante templo de Salomão. O sumo-sacerdote Zacarias entra com Ana, sua irmã, e Fenena, filha de Nabucco, tida como refém pelos judeus. Zacarias avisa ao povo que Javé não vai abandonar o povo judeu. Ismael, chefe militar e sobrinho do rei de Jerusalém, entra com seus soldados e avisa de que Nabucco destrói tudo.
Zacarias espera que haja um milgre e entrega Fenena a Ismael para que ela tenha sua segurança garantida. Ambos são amantes, e se conheceram na Babilônia. Abigail, a outra filha de Nabucco -que também é apaixonada por Ismael - entra conduzindo um exército de assírios para ocupar o templo. Os assírios estão vestidos como judeus. Abigail chantageia Ismael, dizendo que ela salvará seu povo caso ele lhe retribua o amor, mas Ismael não aceita.
Reaparecem os judeus, assustados com a reaproximação de Nabucco, que é enfrentado por Zacarias, que o denuncia por blasfêmia e ameaça executar Fenena. Esta é entregue a Nabucco por Ismael, que é reprimido pelos judeus. Nabucco manda incendiar o templo.

por uma fração de tempo

rivkahcohen
 
Numa casa
onde a música em todos os cantos,
como um coração, vibrava
assim..
sem culpa do encanto que desenhava
se viu na fundação e mais nada.
Queria
numa fração de tempo
chegar antes do momento
e guardá-la.
Será que a encontraria erguida,
sem ferimentos,
sem o olhar de partida?
Mesmo sem pintura,
somente caiada,
aguardando a escritura,
mas com a esperança nela plasmada,
a queria ver só mais um dia..

Segundo Ato: "O Blasfemo"

Palácio de Nabucco, na Babilônia. Abigail acha um pergaminho no qual é dito que ela é filha de escravos, e não de Nabucco. Jura vingança a ele e a Fenena, enquanto lembra de Ismael e acha que ele poderia ter salvado sua vida. Entra o Sumo Sacerdote e avisa que Fenena mandou libertar os prisioneiros judeus, e que, devido à traição, Abigail será nomeada herdeira do trono, em vez de Fenena.
Em outro local, Zacarias ora e tenta convencer os assírios a esquecerem seus ídolos. Fenena entra nos aposentos de Zacarias, e este tenta convertê-la. Os levitas entram e encontram Ismael, que fora banido. Zacarias perdoa Ismael, por este ter salvado um judeu - Fenena, agora convertida. Abdalo, conselheiro do palácio, entra e avisa Fenena sobre os boatos sobre a morte de Nabucco, e que sua vida está em risco.
Entra o Sumo Sacerdote e proclama a regência de Abigail. É anunciada a sentença de morte aos judeus. Fenena se recusa a entregar o cetro a Abigail. Inesperadamente, entra Nabucco, toma a coroa e a coloca em suas cabeças. Nabucco diz que derrotou Baal e Javé, e por isso mesmo não é rei. É Deus. Nesse instante, cai um raio na cabeça de Nabucco, que fica louco. Abigail recupera a coroa.
 
O Tempo da Paixão 

Nathan de Castro

Quando em silêncio visto a fantasia
de um sonho amarelado, perco a hora
do trem fantasma e a rima sangra e chora,
deixando o frio, as tumbas e a fobia!

Velórios não me encantam, mas lá fora
a procissão das quadras faz folia
e bailando em meus palcos, sentencia:
__O tempo da paixão é aqui e agora!

Ah!... Meu amigo, não percas a aurora,
pois as canções nas mãos dessa Senhora
do tempo, são fiéis à sinfonia...

Veste o momento e o traje que apavora,
deixa o medo de lado e a poesia,
cumpre, antes que se apague a luz do dia.

Terceiro ato: "A Profecia"
Jardins Suspensos da Babilônia. Abigail é proclamada regente e é instigada a condenar à morte os judeus, mas, antes disso, Nabucco entra atordoado. Abigail explica que está na função de regente porque o rei está impedido de reinar, e lhe entrega a ordem de execução aos judeus, esperando que ele decrete a morte de Fenena - agora, convertida ao judaísmo. Nabucco assina, mas pergunta sobre o que vai acontecer a Fenena, e Abigail avisa que ela também vai morrer, junto com os outros judeus. Nabucco tenta mostrar o documento a Abigail dizendo que ela é uma impostora, mas ela já o tem em mãos e o rasga em pedaços. Nabucco chama os guardas, mas não é atendido. Sem saída, roga clemência a Abigail, que permanece irredutível.
Enquanto isso, os judeus permanecem descansando do trabalho escravo, diante das margens do Eufrates, e relembram sua pátria perdida. Zacarias anuncia que eles estarão livres do cativeiro em breve, e Javé os ajudará a derrotar a Babilônia.

 
Alma flutuante
Caio Lucas



Flutua minha alma como em um sonho,
vez ou outra caio em um silêncio mortal
até que algum dos deuses me toca o rosto.


Escrevo palavras bem antes do céu,
depois das nuvens que suportam os pecados,
deveria chorar mais vezes, viajar, sempre.


Tenho saudade de um amor que não veio,
aqueles olhares que fazem o suor aparecer,
as palmas das mãos frias antes d'outras carinhosas.


Deixo aqui uma lágrima em protesto a guerra,
materiais próprios dos poetas e loucos,
assim como a solidão no meio do céu.


Poderiam um dia ler dos meus amores,
está escrito com qualquer tinta, não sei onde,
entenderão-se os motivos dos meus sonhos, não sei.


Volto a flutuar, como noite passada fui a algum lugar,
no rosto ficou o frio do vento dos espaços vazios,
no coração pulsa a coragem do meu próprio amor.


Quarto ato: "O ídolo destruído"

Nabucco está em seus aposentos e ouve o grito por Fenena. Ao olhar para a janela, vê que Fenena está sendo executada. Ao tentar abrir a porta, dá-se conta de que é prisioneiro. Neste momento, Nabucco implora perdão a Javé, rogando-lhe conversão, juntamente como a seu povo. Ao recuperar a razão, entra Abdalo se certifica de que Nabucco é novamente ele próprio, e já está com todas as suas faculdades recuperadas. E tenta buscar o trono.
Os carrascos preparam a execução de Zacarias e de seu povo. Fenena é aclamada como mártir, e em sua última prece, roga a Javé que a receba no céu. Nabucco acaba com a escravidão dos judeus e anuncia que ele próprio é um deles. A estátua de Baal e destruída e Abigail se suicida, implorando a Ismael que se una novamente a Fenena. O povo reconhece o milagre, e direciona louvores a Javé.

 
Melodia sem fim

Lara Cardoso
 
 
Os acordes se misturam...

Já não sei se é apenas musica

ou, a voz do espírito que desce sobre mim

e relata o pensamento

como um flautim...

 

Meus passos já tão trôpegos

se inquietam, e dançam

no embalo do vento

e, com ele me achego

por um momento;

 

Doce enlevo

e, mais que escrevo

...canto

e, neste momento lento,

onde faço coro com meu pranto,

apenas tento

ouvir a melodia sem fim...


CURIOSIDADES SOBRE VERDI

Verdi, os censores, e Un Ballo in Maschera
As óperas de Verdi não são meramente obras primas musicais; elas, com freqüência, incluem uma mensagem política. Durante o desenrolar de sua carreira, Verdi teve problemas com os censores do governo que não gostavam das mensagens de suas óperas.

D I V I N D A D E
          E T E R N I D A D E
             U N I C I D A D E
                               S E C U L A R I D A D E
Alceu Sebastião Costa
 


Nesta madrugada,
Insone, falei com Deus.
Contei a Ele os sonhos meus.
 
Frisei meus anseios de PAZ,
Pedi o arrefecimento da DOR,
Ofereci mais POESIA E AMOR.
 
Solícito e atencioso,
Louvou a minha iniciativa,
Embora, bem aquém da expectativa.
 
Bondoso e misericordioso,
Confidenciou-me a Sua preocupação
Em rever, no seu todo, o Projeto da Criação.
 
Senti no Criador certo constrangimento,
  Pois, como de surpresa eu havia chegado,
Não houve tempo de ocultar que havia chorado.


Nabuco, uma das primeiras óperas de Verdi, estreou em 1842 no La Scala de Milão. A história fala sobre judeus escravizados na Babilônia e era particularmente significativo para o povo italiano. Naquela época, a Itália não era a nação soberana que é hoje; era dividida em cidades-estados que eram controladas por forças estrangeiras. Os austríacos controlavam o norte da Itália, os Bourbons governavam em Nápoles e o Papa detinha o poder em Roma e nos Estados Papais.

meu encantado e secreto deserto
josemir tadeu


Retalhos de minha memória.
Um clavejar de histórias,
flutuando junto ao pó de areia,
que aquece, incendeia,
mas se acerca de vislumbres.

Meu deserto,
confidente aberto.
Credor dos meus segredos.
Corredeiras por onde deslizam,
 meus medos.
Precursor dos meus desejos.
Fonte geradora,
que materializa os meus lampejos.

Aqui sob sol inquieto,
arralento os meus intentos,
mais densos, mais tensos,
aqueles que têm livre acesso,
 à minha alma,
no justo ponto onde a natureza,
em mim, se faz mais calma.

Aqui penitencio-me,
dos meus erros aviltantes.
Vejo-me, reflexo,
refletido no sol sempre aberto.
Bailadeira de danças,
por vezes desvalidas,
por vezes coloridas.
Coadjutora coadunável,
das muitas batalhas.
Do romper das mortalhas.

Lugar onde me apresentaram à morte,
ali, um fator de extremo sofrer,
ou um esperado momento,
de se encontrar com a sorte.
Rumar pra estrela do norte,
onde o espirito revolto, solto, forte,
vai processar refazimento,
sabendo que advirão,
 do ultimo suspiro,
novos momentos.

E ele sabe agora,
etéreo, que talvez, quase certo,
a esse mesmo deserto,
ele retorne.
Pra concretizar,
 o que não se fez concluido.
Pra remoçar,
 projetos envilecidos.

Meu deserto.
Retentor, detentor, defensor,
de minhas vontades carnais,
das minhas lembranças onde os ais,
faziam fluir emolumentos.
Meu deserto,
poderoso decifrador dos movimentos,
dos cantares, lamentos,.
Dos arfares e constrangimentos.

Meu deserto,
razão que se faz,
quando alimenta,
 meus projetos de paz.

Meu deserto,
lugar sagrado, dourado,
onde apenas eu penetro.
Eu e os espectros,
que de quando em vez,
como se quisessem desabafar,
achegam-se de mim,
e se abrem, em fala,
 em canção, em olhar...

Meu deserto.
Meu recôndito.
Meu mais abscôndito motivo.
Meu depósito,
 de querer definitivo.
Meu soneto.
Meu regalo.
Brunir de outros sóis.
Meus mais soltos dós,
meus mi-bemóis,
lugar onde um dia estaremos,
eu, tu, e o amor .
A fazer rolar nossos corpos,
 pela areia.
Somente nós...
Amantes, num só corpo,
completamente a sós...

josemir (ao longo...)

 O sentimento patriótico era grande e o movimento Risorgimento adotou Verdi como defensor (risorgimento significa, literalmente, ressurgimento, renascimento). No famoso coro "Va, pensiero", os escravos hebreus refletem com pesar sobre sua amada terra natal; era a expressão perfeita de nacionalismo e ainda é tocado em ocasiões nacionais até hoje.

Em 1854, Verdi se aliou aos monarquistas, acreditando que a melhor esperança para uma Itália unida estava em Vittorio Emmanuele, Rei do Piemonte e herdeiro da Casa de Savoy.


QUE MAIS PEDIR A DEUS?
Eugénio de Sá


Certamente que chora o Bom Jesus
Ao ver p’lo homem o amor espezinhado
Esse amor que Ele queria haver cuidado
Quando por ele se deu na Santa Cruz
 
E se ao vil egoísmo o homem sucumbiu
Não olhando aos meios mais abomináveis
Como pode invocar-Lhe desígnios insondáveis
Tentando desculpar as mágoas que esculpiu?
 
Façamos companhia ao nosso Deus
A Ele que tu pode e já não sabe
que mais fazer por estes farizeus

Hoje em dia, um compositor assina um contrato com uma editora que publica a música, a distribui e é responsável pelos pagamentos de royalties. Na época de Verdi, era bem diferente. Naquele tempo, um compositor era contratado por uma casa de ópera em particular e seu impresario (empresário) escrevia uma ópera especifica e exclusivamente para eles. Em 1856, Verdi foi contratado para escrever "uma grand opera não específica, com pelo menos 3 atos, a ser apresentada em janeiro de 1858" para o Teatro San Carlo em Nápoles. Enamorado pelas obras do escritor inglês William Shakespeare, Verdi planejou uma ópera baseada em Rei Lear.

 
SONETO DO FIM
Sandra Ravanini
 
 
 
Grassa a poeira e tal seca em meio ao cascalho,
monturo é o ocaso num pesadelo ocre,
outrora o brio da lua, ora o céu grisalho,
no afã da doce água acorda a boca acre.
 
 
A chaga esquiva do sol, e a pele exangue
sorvendo a cal da herança e da astenia,
sobrevivem a fome e a morte do mangue,
e a criança chora o valor da covardia.
 
 
Morreram o verde e todos os mananciais,
foram embora as estações e a natureza
tão majestosa jaz, caiu sem nenhuma defesa.
 
 
Calou-se o azul e em prece sangra a tristeza
cerrando pores-do-sol sem mares nem cais:
resta da vida a aridez, e já ninguém resta mais.


Verdi, como outros compositores de ópera, faziam freqüentemente, escrevia para um cantor específico. Para o seu projeto de Rei Lear, ele queria que a famosa soprano Maria Piccolomini cantasse, mas o Teatro San Carlo não pode contratá-la. Verdi foi forçado a abandonar estes planos e encontrar outro assunto. Ele decidiu-se, então, pelo libreto de Eugene Scribe Gustave III e trabalhou com o libretista Antonio Somma para editar a ópera de Scribe, em cinco atos, para uma obra em três atos.

 
Eu fiz uns versos
Angela Lara

Eu fiz uns versos
de amor e alegria...
tão escassos
quanto a minha alquimia...

Eu fiz uns versos
de dor e desespero
tão recheados
quanto o meu corpo inteiro.

Eu fiz uns versos
de esperança e de saudade
foram os mais lidos,
devido a minha insanidade.

Eu fiz uns versos
para te trazer de volta,
mas tu desprezaste...
então voltei pra minha vida torta.

Os Bourbons ainda controlavam Nápoles, mas viviam com medo de uma revolta. O sentimento patriótico ainda era grande e os nacionalistas estavam rabiscando "Viva VERDI" em todos os lugares -sendo que "VERDI" significava o próprio compositor ligado ao movimento nacionalista, mas o nome também era um acrônimo para "Vittorio Emmanuele Re D'Italia". Houve um atentado contra a vida de Napoleão III em Paris, em janeiro de 1858. Os Bourbons tinham medo que uma ópera apresentando o assassinato de um governante pudesse inflamar as tensões e, portanto, rejeitaram o libreto que Verdi propusera.
 
LINHAS TORTAS
Gilson Matos
 
Estar triste é de morto fingir-se,
Como brasas vivas sob as cinzas
É estar liberto e preso julgar-se
Como um pássaro esquecido das asas
 
Quem, magoado ou aflito, se entrega
Melancólico ou abatido, se inclina
Contra o futuro e a vida trafega
Na contramão de malfadada sina
 
Entristecendo-se ou alegrando-se,
Neste enredo de fatos vividos,
Aonde os acasos levarem, siga-se
 
É, ainda e sempre, a vida o que importa
Restam a fé, a esperança e o amor
E cada dia é mais uma linha torta.

Verdi e Somma esperavam que o governo local ficasse insatisfeito, portanto, já haviam feito algumas alterações: o local foi alterado da Suécia para a cidade polonesa de Stettin; o título transformou-se em La Vendetta in Domino (Revolta Disfarçada) e a ação era, agora, passada no século XVII. Entretanto, os censores tinham demandas mais rigorosas, especificamente:

 
SAUDADES
Hermes José Novakoski
 
Hoje contemplo a cadeira vazia
Lembranças de tempos que não voltarão
Quando estavas contigo dizia:
“Estes tempos não se acabarão”
 
A escrivaninha onde estudavas
Agora tem alguns livros jogados
Tantas poesias, tantas estradas
Nunca pensei que tudo isso seria passado
 
Os seus passos continuam me seguindo
Porque os amigos deixam marcas profundas
Aos poucos tudo vai se indo
Até as boas lembranças daquelas segundas
 
Aquelas provas da escola
Trabalhos a fazer
Tudo era motivo de alegria
Os meus sonhos não iriam se perder
 
Nunca imaginei que você iria
Tão distante e tão perto
Jamais eu imaginaria
Não mais poder te abraçar um dia
 
Agora a saudade me leva para longe
Encontro motivos para rir e chorar
Lembrando aquelas pequenas intrigas
Que nos faziam se calar
 
Tudo aquilo apenas reforçou
Esta grande amizade que minha vida mudou
As lembranças serão eternas
De um amigo que marcou
 
Se a saudade existe é porque valeu
Aqueles dias passados, você e eu
Amizade tão linda que a gente viveu
Será lembrança bonita de um sonho que não morreu
 
Amigo você volta, você vai
Sei que você ainda não fora
Enquanto a saudade não sai
Meus pensamentos não deixam você ir embora

1) mudar o papel masculino principal, transformando-o em um homem comum, sem nenhuma indicação de realeza ou aristocracia
2) transformar a esposa em irmã
3) suavizar a cena de Ulrica, mudando-a para uma época anterior, quando as pessoas acreditavam em bruxas
4) eliminar o baile de máscaras
5) o assassinato deveria ocorrer fora do palco
6) cortar a cena onde tiram a sorte para ver quem seria o assassino

Lágrimas de Suplica
Maria Eugenia.
(Camomila)

Chora o planeta Terra
Choram todos os planetas
Todas as constelações
Todo o universo
São lágrimas de tristeza
e indignação
Aterrorizados com um SER
Tido como racional!
Mas tão irracional!
Homem desperta!
A natureza pede socorro
Seus irmãos suplicam por ajuda
Todos que aqui vivem
Estão precisando de PAZ
Só está faltando a fauna e a flora
Através de uma mágica se expressar
Com a linguagem humana
pois com a sua nada conseguem.
É preciso que o amor impere
e nossas consciências despertem
para o problema
E possamos cuidar , preservar...
Vamos tentar melhorar,
Vencer a ganância, a sede de poder,
o consumimo, as vaidades,
principalmente lutar contra
o PODER DESENFREADO DE ALGUNS.
Tentar fazer alguma coisa para que nosso berço não morra.
A Terra nos foi dada Pelo Criador ,
de presente, para gozarmos
de toda felicidade que ela pode nos proporcionar
E DEUS com sua bondade e misericórdia nos deu de graça.
Infelizmente muitos preferem viver em guerra
contra tudo e todos,destruindo...
sem limites, sem consciência deste ato brutal.
Deus está nos alertando...
Que devemos escrever em nossos corações
a necessidade de aprender a zelar
pelo que é nosso.
Enfim, ELE nos procura mostrar, através dos sinais
Que se não despertarmos, quem sofrerá as consequencias
será as futuras gerações.
E são pessoas que amamos.
Todos merecem e tem o mesmo direito de estar aqui.
O planteta Terra é um lar,
mesmo que provisório

Verdi e Somma ficaram indignados -fazer todas essas alterações destruiria completamente seu drama! Um dos empresários do Teatro San Carlo, Luigi Alberti, processou Verdi por quebra de contrato. Ele produziu um novo libreto para Verdi usar, uma versão extremamente alterada (porém aceitável) da história de Gustav. Verdi contra-processou-o, alegando que Alberti induziu-o ao erro em relação às exigências do censor e que o libreto proposto não se adaptava à música que ele já havia feito.
TRANSCENDÊNCIA!
Tony Guedes
 
 
Filetes de angústias, raízes de sonhos, chão,
 
veios de energias díspares, ânsias, lampejos
 
que um peito pleno urra, sussurra, berra,
 
clama, roga; A beleza, a dor e a luz hospeda.
 
 O poeta não discerne, não transmuta.
 
Apenas verte o que alma herda!

O processo escandaloso foi levado à corte, resultando na rescisão do contrato de Verdi ficando acordado que ele reapresentaria uma de suas óperas para Nápoles no ano seguinte. Ele levou sua ópera de Gustav para Roma, onde o censor papal pediu, somente, algumas pequenas mudanças. Verdi alterou o cenário para a Boston do século XVII e Un Ballo in Maschera estreou no Teatro Apollo de Roma em 17 de fevereiro de 1859.
A Tristeza de um Poeta
Pedro Valdoy
 
 
Na paz
ouvem-se os cânticos
dos anjos
que se arrastam pelo mundo
 
Na guerra
há destruição  ódio
que se arrasta
pela destruição brutal
 
Na paz
as crianças brincam
alegremente
por planícies montes e vales
com a sua inocência
 
Na guerra
há medo  receio
por uma incerteza
atroz de terror
 
Na paz
há evolução
sorrisos que se sentem pelo mundo
e Deus sorri
 
Na guerra
há destruição
não há compreensão
e o ódio alarga-se
 
Na guerra
o poeta grita
basta de tanta destruição
e suas lágrimas são de gelo
 
Na paz
sorri ama o mundo
e a felicidade
é eterna

A Itália, finalmente, tornou-se uma nação unificada entre 1859 e 1860. Os Austríacos e os Bourbons foram colocados para fora e os estados juraram fidelidade à Vittorio Emmanuele II. Com o estímulo do novo Primeiro Ministro Camillo Cavour, Verdi concorreu e foi eleito para o primeiro Parlamento em fevereiro de 1861. Ele compareceu diligentemente a todas as sessões, votando com Cavour, mas também aconselhando sobre os subsídios reais para o teatro. Após a morte de Cavour, em junho de 1861, Verdi aposentou-se do Parlamento e retornou para sua fazenda em Sant'Agata, voltando a compor.
 
DEUSES DAS UTOPIAS
Maria Thereza Neves

Suavemente,
com passos bem lentos
caminho com meus pensamentos
ao lado dos poetas da fome
dos excluídos desta vida bandida.

Penso em tantas idas e vindas,
tantas vidas perdidas
tanto sangue em terras derramado
como se fosse adubo de rosas
nos pobres miseráveis à margem do existir
nas fronteiras entre o céu e o inferno.


Penso nas mãos assassinas
nas mentes corroídas
que pensam resolver destinos da humanidade
ferozes a atacar com unhas e dentes
massacrando almas sofridas
como Deuses da Utopia.

Neste caminhar continuo ...
com unidos pensamentos ...
aos poetas do vento
quem sabe espalhando a PAZ ...
saciando a fome
em algum lugar
carinhos deixando
lagrimas secando
corpos agasalhando!
 
Pesquisas sites:
https://archive.operainfo.org/broadcast/operaBackground.cgi?id=36&language=4
https://pt.wikipedia.org/wiki/Nabucco
https://www.portaldafamilia.org/artigos/artigo256.shtml
https://educaterra.terra.com.br/voltaire/artigos/verdi5.htm
 
A Itália Sofrida
"E chegará um dia em que já não se falará de melodia, de harmonia, de escola italiana ou alemã, do futuro ou passado, etc. Então, talvez, poderá estabelecer-se o reino da música."
Verdi
 
 TTNeves e Rivkah